Pepe Vargas na abertura oficial do Congresso Florestal
Ministro diz que é preciso aliar sustentabilidade à inclusão
Nova Prata á 20 horas da segunda-feira, 24, o município oficializou as boas vindas no 11º Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul e 2º Seminário Mercosul da Cadeia Madeira.
Na abertura oficial, o presidente do evento, Aino Ávila Jacques apresentou a temática 2012, Florestas e a Sustentabilidade, destacou a importância da comunidade de Nova Prata na idealização e realização do Congresso Florestal. O professor Aino lembrou da trajetória do Congresso que acontece desde 1968: "discussões ambientais das mais importantes foram defendidas, ampliadas, apresentadas e deram frutos à história da preservação ambiental".
O prefeito de Nova Prata, Vitor Antonio Pletsch, também, destacou a história do Congresso Florestal e a importância das 11 edições realizadas no contexto da conscientização em que a sustentabilidade é tema recorrente.
O diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas á DEFAP e representante do governo do Estado, Roberto Magnos Ferron que foi enfático: "nada mais oportuno que discutir florestas e sustentabilidade, se todos contribuírem, nossa realidade será diferente".
O deputado Heitor Schuch (PSB) representando a Assembleia Legislativa do Estado, falou sobre a participação do parlamento e dos governos gaúchos no apoio a novos empreendimentos ambientalmente sustentáveis.
Para Ferron, mesmo com iniciativas como a do Congresso Florestal Estadual, os políticos também precisam se comprometer com o meio ambiente. "Não vivemos mais sem argamassa, sem papel, sem erva-mate, mas precisamos lembrar do meio ambiente, isto é sustentabilidade".
O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, elogiou mais uma realização de Nova Prata. "O tema do Congresso, Florestas e Sustentabilidade, é extremamente atual, mas o maior desafio da humanidade é fazer com que todos tenham acesso aos bens essenciais".
O Ministro destacou que o Congresso Florestal debate, de forma ética, a preservação na dimensão econômica, ambiental e social, mas alertou: "não há como debater sustentabilidade sem inclusão social, não é e não será fácil encaixar esta sustentabilidade em uma sociedade tão desigual".
O Ministro também falou sobre a ascensão social no Brasil e sobre a necessidade de atender a necessidade de consumo de todos os brasileiros. "É mais que necessária a forma sustentável, onde todos somos responsáveis pelo meio ambiente, embora nem todos da mesma forma", disse Pepe em referência à discussão do Código Civil: "acredito que temos perfeitas condições de garantir a produção agropastoril e preservar os recursos hídricos, o solo e o meio ambiente".
"Temos certeza de que um Congresso deste porte vai debater o desenvolvimento ambiental, social, econômico, tecnológico, vai mostrar pesquisas que serão apresentadas à s autoridades municipais, estaduais e federais para que se chegue à produção ideal, respeitando o meio ambiente", finalizou o Ministro Pepe Vargas.
"Florestas e a Sustentabilidade"
A 11ª edição do Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul e 2º Seminário da Cadeia Madeira abordam temas de extrema importância no contexto ambiental como as mudanças climáticas, sequestro de carbono em diferentes sistemas de cultivo, o clima do Rio Grande do Sul, exigências hídricas das culturas, Código Florestal, sistemas produtivos integrados, cadeia madeira, manejo florestal sustentável, mercado global de produtos e serviços florestais e as perspectivas para o Brasil e para o Estado, turismo rural, bioenergia e políticas públicas para o setor florestal.
O público do Congresso é composto por técnicos, autoridades ambientais, acadêmicos. Em 2012, destaca-se a expressiva participação de alunos de Ensino Médio das escolas da região, a quem foi isentada a inscrição, como forma de incentivo a novos conhecimentos aplicados na prática em cada comunidade.
Deputado Heinze fala do Código Florestal
O relator do novo Código Florestal, deputado federal Luís Carlos Heinze (PP) foi um dos destaques do Congresso 2012. Ele falou sobre sua preocupação em relação à preservação ambiental e custo prático, principalmente, para os pequenos produtores rurais. Ele destacou o cronograma das leis e medidas provisórias até chegar à redação do Código Florestal. "A preocupação não é só ambiental, também deve abranger o custo crescente para atender a legislação que versa sobre a área de preservação".
Analisando que as propriedades precisam manter as APPs á áreas de preservação permanentes, mais a reserva legal e ainda as áreas preservadas conforme prevê o Código Florestal, o deputado Heinze questionou: "qual é o custo para os produtores rurais, é fácil fazer a lei, mas e aplica-la? Não desconheço a importância da preservação, mas quem vai tirar do bolso e pagar a conta?".
Luís Carlos Heinze palestrou na manhã da terça-feira, 25, para um público expressivo.
O Congresso Florestal prosseguiu na terça com Joberto Veloso de Freitas, do Serviço Florestal Brasileiro, do Ministério do Meio Ambiente, que falou sobre o Inventário Florestal Nacional.